24 de maio de 2012

Ciclos


Não é questão de ter feito as escolhas erradas. A vida tomou um rumo que não pude controlar. E é normal, não dá pra controlar tudo o tempo todo.
A vida foi se apresentando e exigindo de mim maturidade que eu ainda não tinha. Tive que mudar mesmo, estabelecer prioridades, repensar a vida e decidi desistir de tudo. Acredite, desistir foi o meu maior gesto de coragem.
Fiz as escolhas que precisava fazer, a vida se tornou o que se tornaria independente da minha vontade. E eu tive que me adaptar. Não dizem que se a vida te dá um limão, é preciso fazer uma limonada? Foi exatamente isso. As mudanças eram fato, a vida realmente não estava como eu desejava, mas não dava pra abandonar tudo e me jogar em baixo do primeiro carro que aparecesse. A vida precisava continuar e eu continuei.

Hoje, analisando a vida com muito mais calma e sabedoria, posso afirmar de que se fosse possível voltar o tempo, eu não mudaria absolutamente nada. Eu realmente precisava amadurecer, desistir de algumas coisas e pessoas e, mais do que nunca, pensar e mudar toda a minha vida. Tudo o que sou hoje, construí nesse período.

Eu realmente precisava chorar o que chorei, sofrer o que sofri, rir do que ri, ver da vida exatamente tudo o que vi.  Foram esses momentos que fizeram de mim o que sou hoje e eu adoro quem sou hoje. E é a pessoa que sou hoje, quem decidiu a vida que tenho agora.

Não é fácil. Não tenho mais ao meu lado as pessoas que eu amo ainda intensamente. Tive que aprender a lidar com a morte. Eu tive que crescer e amadurecer quem sou, o que sinto, o que desejo da vida. Às vezes me sinto absolutamente sozinha. Não vivo a vida que havia planejado. Às vezes me sinto cercada de pessoas especiais. Não tenho tempo de ver todas às pessoas que sinto saudade. Nem de viajar para todos os destinos que tenho vontade. Mudei os planos de 19 anos em 20 dias e tive que me adaptar em 150. Ninguém disse que seria fácil, mas hoje eu sei que valeu a pena. Tenho perto de mim pessoas que amo e outras que estou aprendendo a amar. Mesmo não viajando como gostaria, nem tendo o tempo que desejo, estudo definitivamente o que gosto. Quebro a cabeça em mil projetos, fico noites sem dormir, me dedico sem medir esforços para que cada texto, cada projeto, seja o melhor que já fiz na vida. Eu sei que como jornalista dificilmente terei o salário de 20 mil reais que eu teria como juíza, mas eu sou feliz do momento que acordo até quando vou dormir. E pra mim, é só isso que importa: Perdi muitas oportunidades da vida de ser feliz porque tinha medo de arriscar. Hoje a minha vida é um risco o tempo todo, tendo que fazer mil escolhas todos os dias. Mas me sinto muito mais segura agora. Muito mais feliz.

Todas as vezes que penso no quão louco foi o ano de 2011 na minha vida, as várias mudanças que ele me exigiu, só consigo encher os olhos de emoção, embargar a voz e dizer: “Eu não sabia, mas hoje eu estou exatamente aonde eu gostaria de estar”.

E pensar que os méritos são apenas meus, que o apoio da minha família e dos meus amigos é essencial, mas que eu quem me permiti tudo isso, me faz ter muito orgulho de mim, pela coragem, por tudo que vivi, pelo que vivo, por tudo que tenho condições de conquistar ainda.

Agradeço a vida todos os dias porque a única conseqüência que me é imposta é ser feliz.

E fui. E sou. Sempre.


- A música é um pouco como me sinto e muito do que já falei pra minha mãe.

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