As pessoas me despertam amor, me exigem carinho e eu, ingênua,
acredito na reciprocidade dos sentimentos e demonstrações. Um dia, por qualquer
motivo importante ou tosco, o romance acaba e eu insisto e persisto numa
história sem sentido.
Escrevo poemas, choramingo e penso que o mundo vai
acabar. Pura bobagem! Eu sempre me esqueço que nesse ponto da história, o mundo
está apenas começando.
Sei lá por que motivo, e isso nem me interessa mais, o idiota
resolve me ligar de novo. Algumas vezes decido
demonstrar amor, e ele então me pede para viver a vida e me divertir, porque
ele nunca me amou.
Até perco horas imaginando cenas impossíveis, atendendo
aquele idiota no telefone e respondendo sms desnecessária.
Meus pais mandam eu me divertir. Meus amigos me imploram pra
que eu desencane e vá me divertir. O idiota que eu pensava que amava e que me
amava, também insiste pra que eu me divirta.
Pronto, eu finalmente acordei pra vida e liguei o botão
do “foda-se você”. Agora eu troquei os poemas melódicos de paixonite idiota por
horas de ligação com quem realmente merecem a minha atenção, troco sms com quem
me respeita e sabe que idiota seria viver sem mim, saio com pessoas que amo e
fazem a vida valer à pena. Abraço e beijo quem sabe a importância desses gestos.
Tantas pessoas que eu amo estão mortas e pessoas que me
fazem tão mal, continuam vivas. Queria poder inverter isso. Porque amar você,
seu idiota, é como esperar por chuva no sertão: inútil e decepcionante.
E não! Eu não te odeio. O oposto do amor é a indiferença,
se eu te odiasse, ainda estaria me importando com você.
A vida tem realmente
exigido muito de mim e só me sobra tempo para ser feliz. Estou me divertindo muito!
Não é isso que me mandaram fazer? Não dizem
pra eu virar a página e me divertir?
Poizé,
eu só estou obedecendo todo mundo.
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