Hoje nem pelas ligações a gente se fala mais. Eu te quero
aqui pertinho, do meu lado, mas isso não é possível agora. Mas quero tanto, você
não faz idéia.
Aprendi muito sobre a vida em dois anos de convivência. Você
sabe que foi você quem me ensinou a sorrir mais, a não levar tudo tão a sério –
porque há coisas que não valem a dor de cabeça. Me ensinou que demonstrar
carinho e amor não é sinônimo de fraqueza e por isso eu não preciso me fazer de
durona. Posso dizer que amo, posso dar abraços e presentes inesperados. Posso
chorar também, sem me preocupar se as pessoas vão me achar fraca demais. Você
sempre dizia que eu precisava permitir que a vida acontecesse e parar de tentar
controlar tudo. Hoje eu faço tudo isso e a vida se tornou tão mais leve,
surpreendente e com muito mais momentos alegres.
Já com o nosso distanciamento aprendi muito sobre o amor em
geral e sobre o meu amor por você. Confesso que eu não tinha noção de como o
meu amor por você era grande e forte. Suportar o insuportável foi muito difícil,
pois a razão dizia “pára de sofrer, desista” e a emoção dizia “continua, vai
valer a pena um dia”. Hoje me sinto muito mais madura pessoalmente, fisicamente
e sentimentalmente.
Vai valer a pena um dia. Ou porque a historia finalmente vai
tomar o rumo que desejo, ou porque a vida vai me provar que ela deveria mesmo
acabar para uma nova começar. Não sei, não faço idéia. Só sei que em algumas
circunstancias as pessoas são insubstituíveis. E é assim que eu sinto você na
minha vida: insubstituível.
Você sabe que não está sendo fácil lidar com a vontade de se
entregar mas não ter a coragem e ainda assim ter medo de um dia ser tarde
demais.
Seja como tiver que ser, só não deixe que a amizade morra. Sabemos
o quanto nossa amizade (além do amor) é essencial em nossas vidas. Eu não sei por
que você me procurou naquela ligação de cem reais, mas seja pelo motivo que
tiver sido, saiba que eu estou aqui ainda. Esperando uma ligação, uma resposta,
uma visita.
Nada disso vai passar. Lembro que numa das últimas ligações,
eu disse “Ligando a essa hora? Que foi? Lembrou de mim?” e você respondeu “Eu
nunca esqueço de você”. Um silencio sucedeu a ultima frase. Mas não era
qualquer silencio. Era silencio que sucede frases que dizemos por impulso, sem
pensar muito e sem tem tempo de medir a sinceridade. Quase um “bateu, levou”.
Hoje quando penso em você não tenho mais os mesmo
sentimentos do primeiro encontro, quando nos conhecemos. Os sentimentos estão
mais fortes, mas o pensamento ainda é o mesmo: “É ele”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário