Ao meu pai.

Pai, bobagem essa história de que é possível ter dois pais. Pra dizer a verdade, um sobrenome a mais no RG e algum dinheiro no banco são insignificantes porque pai mesmo, está comigo, aqui em casa. Você, querido César Augusto.

É tão estranho o fato de termos nos escolhidos e mesmo assim, sermos tão parecidos, não é?

Pai, parte do que eu sou, formei por sua causa. Se a personalidade é forte, a criticidade predomina e não há nenhum medo em comprar brigas pelo que acredito ser o melhor, tudo isso aprendi com você.  Meu gosto pela leitura e paixão pela escrita sempre foram incentivados e financiados por você. Você sempre achou loucura eu fazer Direito e como sempre, estava certo. 

Talvez você nem imagine, mas nossos papos-cabeça que são freqüentes desde 1999, me faz aprender muito!

Além do lado intelectual, há também o emocional. Um dia quero ter o seu controle emocional e não me abalar por nada e nem por ninguém. Mas saiba que mesmo que em alguns momentos o mundo parecesse desabar e você dizia “O seu problema é o foco. Precisa mudar o foco!”, eu sempre entendi e aceitei, embora naquela época eu não soubesse sequer como começar a mudar o foco. Mas aprendi e consegui! 

Às vezes penso que você não se descabela com as coisas porque sabe que eu conseguirei superá-las. Talvez não seja o que acontece, mas sinto muita confiança de você para comigo. E você está sempre certo, o foco é o problema e eu sempre consigo transpor os obstáculos. 

Eu nunca poderei agradecer como você merece (nem quando tiver condições de irmos passar um mês conhecendo a França!) toda a sabedoria que aprendi com você, assim como jamais conseguirei expressar a grandiosidade da minha admiração e amor por você.

Você na minha vida é a prova de que ela é mesmo feita de escolhas e que elas podem dar muito certo.

Quando eu crescer quero ser igual a você!

A minha melhor escolha.

Pai
Você foi meu herói, meu bandido
Hoje é mais muito mais que um amigo
Nem você, nem ninguém tá sozinho
Você faz parte desse caminho
Que hoje eu sigo em paz