Faltavam alguns minutos para eu ir embora. Puxei-o pelas
mãos e o levei aonde ninguém podia nos ver. Abracei com toda a minha força. Eu
não sabia quando o veria de novo, sequer se voltaria a vê-lo.
Tive vontade de chorar, não de tristeza, mas de medo. Medo
de que tudo o que vivemos naqueles últimos três encontros nunca mais se repita.
Os cabelos que caiam no meu rosto, ele puxou para trás da minha orelha. Leu os
meus olhos e perguntou: “Você não vai chorar, né?”
Lembro-me de ter dito que só estava com medo de que demore
muito pra nos vermos de novo. Abracei-o ainda mais forte. Disse: “Eu te amo,
não esquece. Se cuida. Tenha certeza de que eu estou sempre torcendo pela sua
felicidade.”
Eu não esperava muita coisa dele e nem dessa despedida.
Talvez eu quisesse ouvir um “eu também te amo”. Me surpreenderia muito depois
de tantos anos. Mas ele continuou em silêncio. Um silêncio torturador.
Queria ter abraçado mais alguns minutos, mas de alguma forma
eu sabia que aquele era o fim da história. Deixei o ponto final chegar quando
minha mãe gritou: “Eii, vamos! Vai ficar tarde pra pegar estrada.” Queria que
ele tivesse feito com que o ponto final se tornasse uma reticência. Mas ele não
fez isso e nem fará.
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