Viajar é uma paixão, um objetivo e em determinadas
situações, uma prioridade. Não há nada no mundo que eu goste mais do que sair
pra conhecer o que acontece fora da minha casa, fora da minha zona de conforto.
Eu posso ficar dias pensando se aceito ou não o convite para aquela festa, mas
se for pra decidir viajar ou só preciso confirmar se tenho dinheiro, que não
vou comprometer a faculdade ou o trabalho e que tenho crédito no celular.
Porque as passagens eu agilizo pela internet e a mala fica pronta antes mesmo
da impressora terminar de imprimir meu bilhete. Nem me importo se vou sozinha
ou não.
Ainda bem que tenho o privilégio de ter uma família que apóia
e ajuda a financiar os meus planos mais doidos, acho que por isso conheci
tantos lugares diferentes no Brasil. Às vezes penso quanto já viajei sozinha
nesse mundão e me orgulho pela minha coragem, mas acima de tudo agradeço a
minha família pela oportunidade. Nessas viagens todas aprendi a controlar meu
dinheiro. Que posso ligar pra minha mãe na hora do apuro, mas que terei que resolver
sozinha a situação. Que o simples é feliz, que o simples pode ser muito
divertido, que existe muito o que conhecer na vida e que por isso, não devo
nunca me restringir ao meu pequeno campo de visão atual. Dá sempre pra explorar
outros pontos de vista.
Em todos os lugares que estive conheci pessoas especiais,
como aquele garoto que conheci indo para o Tocantins que largou a família para
estudar em São Paulo, que reconhecia todo o esforço do seu pai para mantê-lo na
capital paulista e que já dizia ser eternamente grata a confiança que seu pai
lhe depositava. Uma pena eu não lembrar o seu nome, mas o seu destino era o
Pará. Almoçamos juntos alguns salgadinhos, bolacha e conversamos quase as 24 horas
que fiz de viagem. Ele ainda tinha mais umas 10 pela frente.
Como a Rebecca que conheci há alguns viajando para o
interior de São Paulo, cheia de sonhos e ansiosa para acabar a faculdade no ano
seguinte.
Como o Marcos, um cara gente boa que é de Poços de Caldas, namora uma moça de Atibaia e faz doutorado na Ilha Solteira. Me ensinou um pouco sobre engenharia e eu lhe ensinei um pouco sobre como treinar o cérebro para escrever melhor. Ele reclamou por ter brancos na hora de escrever sua tese.
O Jorge, que conheci em MG e que queria ficar comigo, mas acabamos a noite contando histórias de rolos do passado. hahahaha Perdi a chave do carro e ele ajudou bastante nesse dia. Muito simpático!
Também me lembro de Juliana que veio da Bahia pra São Paulo
trabalhar e ficou grávida. Anos depois estava voltando à sua terra pra que os
pais pudessem conhecer a sua filha.
Como esquecer do casal mais fofo que já conheci na vida? Dona Cleire e Sr. Adilson, meus companheiros no vôo até Brasília. Em certo momento do vôo ele se virou e disse “Meu amor, não disse que te levaria às alturas?”. Eu como espectadora fiquei sem reação. São casados há muitos anos e o romantismo ainda transborda pelos poros. Depois desse vôo recebi o convite para ir ao aniversário da dona Cleire, no qual ela ganhou um anel lindo do seu querido esposo.
Em alguns anos de viagens, em roteiros diversos, pude conhecer
muito sobre a vida, sobre as pessoas e expandir meus horizontes. Na verdade todas
essas viagens marcaram muito a minha vida, porque tomo decisões importantes
nelas. Por exemplo, foi na Bahia que decidi sair do Direito e fazer Jornalismo,
também pra conhecer as pessoas e o mundo. Cada viagem é uma recarga de
inspiração, criatividade e positividade. Todas as pessoas me ensinaram muito ao
compartilharem um pouco de suas histórias comigo, se tornaram inspirações.
Assim como as paisagens, os céus estrelados, as montanhas, o pôr-do-sol, a
caatinga e tudo o que me faz ter idéias para alguma frase, algum texto.
Hoje tenho algumas preferências:
Para pensar na vida e me desligar do mundo: Tanhaçu – BA.
Pra reencontrar os meus amigos mais animados: Angra dos Reis
– RJ.
Pra morrer de calor: Gurupi – TO.
Pra ter certeza de que estou na terra do sertanejo: Goiânia –
GO.
Para me sentir em casa: Pereira Barreto – SP.
Para lavar a alma: Ubatuba – SP
Pra morrer de tanto comer doce: São Vicente – SP.
Pra ver o campo: São Sebastião do Paraíso – MG.
Pra me sentir dentro de uma novela: Rio de Janeiro – RJ.
Pra me sentir na cidade mais louca, legal, diversificada
culturalmente e ter certeza de que dá pra conhecer um pouco do mundo inteiro
sem sair do Brasil: Sem dúvidas, São Paulo – SP.
Em breve planejo voar ainda mais alto e longe. Quero
conhecer outros cantos do mundo.
Viajar é um investimento que traz retorno intelectual, que
talvez as pessoas não consigam medir, porque não é tão palpável quanto uma casa
ou um carro, mas que com certeza transforma as nossas vidas e nos mostra que há
muito que ser descoberto e que sempre, sempre, mesmo que você se veja com o
pneu furado na Trans-amazônica às 5 da manhã, sempre vale à pena.
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Angra - RJ |
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Brasília - DF |
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Tanhaçu - BA |
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Carnaval em São Paulo |
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São Sebastião do Paraíso - MG |
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Ubatuba - SP |
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