Desde que perdi alguém muito especial que um dia foi meu
namorado, tenho visto a vida com outros olhos. Tenho percebido que apenas quem
já sentiu essa dor consegue valorizar cada milésimo de segundo juntos.
Meu namoro com o Fábio foi rápido, mas me ensinou muito
sobre a vida. Eu vou sentir a sua falta mesmo que eu viva cem anos. A sua morte
me dói ainda hoje, mas me faz abraçar mais as pessoas e dizer com mais freqüência
e sinceridade: “eu te amo” e “obrigada”. Além das loucuras que hoje eu sou
capaz de fazer feliz e tranqüila, como arrumar as malas de novo.
Outro dia após uma briga com alguém que eu amo muito,
perguntei a essa pessoa: “Se você soubesse que um de nós dois iríamos morrer
daqui a pouco, o que você me diria agora?”. Confesso que não criei expectativas
pela resposta, mas ouvi um: “Nada! Estou bravo demais pra dizer alguma coisa.”
Nesse momento eu tive certeza de que apenas quem já sofreu
essa perda definitiva compreende que não há raiva que impeça de escrever um
bilhete que restabeleça a paz, que não há ciúmes, orgulho e nada no mundo que nos
deixe tão tristes a ponto de não conseguir dizer: “Tá bom, volta aqui. Deixa eu
te abraçar direito.”
Quando compreendemos que a vida passa rápido demais e que o desperdício
está no amor que não damos, passamos a relevar mais, a perdoar mais, a esquecer
o orgulho e pedir – mesmo depois da briga, sem medo de parecer idiota: “Vai
mais pra lá? Vou deitar com você!”
Infelizmente pra valorizarmos esses detalhes da vida e do
tempo precisamos sofrer a dor de enterrar alguém muito especial. Uma pena!
É uma bobagem não demonstrar o carinho que temos pelas
pessoas, não agradecer pela companhia, por aquele beijo na testa que só aquela
pessoa sabe dar pra te passar segurança, por esse alguém especial existir e
estar na sua vida.
Nunca é cedo, mas às vezes é tarde demais.
" E DEUS limpará de seus olhos toda lágrima. E não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas"
ResponderExcluirApocalipse 21