28 de novembro de 2012

Meu avô João.

Há três anos minha vida era absolutamente diferente de hoje e pra ser bem sincera, eu não imaginava como eu estaria agora. 

Meu avó João há muitos anos tinha problema cardíacos, diabetes e tantos outros problemas de saúde. Porém, me lembro de que no dia 21 de Agosto de 2008,
cheguei do colégio e minha mãe contou que ele havia sido internado. Sinti um medo profundo de perdê-lo, mesmo sabendo que não temos nada nessa vida.

Alguns meses depois, já em 25 de Abril de 2009, estava sozinha aqui em casa e enquanto conversava com o Tiago na internet, o telefone tocou, sendo a avó Isabel do outro lado da linha. O hospital havia ligado e precisávamos ir lá. Tive certeza de que era pra confirmar o falecimento, mas resolvi não dizer isso à ela.


Liguei para os pais. Minha mãe chegou pra me buscar e encontramos meu pai, minha vó e meus tios lá no hospital. Ainda havia alguma esperança, porque nunca nos permitimos aceitar a verdade nessa situação.


Me lembro de ter passado a noite no velório sob olhares atentos de familiares e com meus amigos entrando em contato o tempo todo pelo celular. Eu ainda não tinha percebido o que aquele ritual significava pra mim, especificamente. Era uma mistura de sentimentos.


Pela manhã, quando foi realizada a cerimônia religiosa budista, que pra mim, é uma das mais bonitas que tem pra essa ocasião, comecei a observar quantos amigos estavam presentes, a emoção da minha família, o carinho com que as pessoas nos olhavam e os discursos sinceros e respeitosos que fizeram em homenagem ao meu avô.


Me lembro de ter me entregue às lágrimas sem nenhum medo de parecer piegas demais. Na verdade, foi nesse momento que eu percebi que eu poderia chorar alí e em qualquer outro momento da minha vida, porque não era piegas, era a minha forma de expressar os sentimentos.


Evitei ir à casa da minha avó. Não tinha assimilado completamente a perda - embora isso não tenha acontecido até hoje - e pra mim, era estranho voltar lá. Tamanha verdade que ainda hoje, tenho sempre a sensação de que o encontrarei no quarto, ou que após o almoço ficarei ouvindo suas conversas com minha mãe, contando as histórias da infância, de Ubirajara, Uberaba, Garças e todas essas cidades que ele gostava de ir.


Sinto uma saudade grande e um respeito infinito pelo meu avô João. Fico feliz por ter dito a oportunidade de conhecê-lo e por ele ter ido ao meu aniversário de 15 anos, um momento tão especial para mim.


Depois de sua morte, que foi um marco na minha vida, tive que lidar com outras perdas tão especiais quanto. Hoje consigo entender que as coisas não acontecem por acaso e que de alguma forma foi menos pior sendo assim. Quando a gente ama de verdade,
se
a felicidade do outro depender da distância dos dois, então você o deixará ir.


Tem um vazio na casa e aqui no coração.


O vídeo abaixo foi feito pelo meu pai em homenagem ao vô João, há um mês na data que seria o seu aniversário.







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