29 de abril de 2012

Outrora poça. Agora poço.


Às vezes me sinto poça. Outras vezes, poço.
Sou tão pequena e ainda me perco em mim. Minha grandiosidade está na profundidade.
Sou profunda. Por isso você joga uma pedra e sequer consegue ouvir o barulho que ela faz na minha superfície. As pessoas têm mania de querer ouvir o “plaft” que a pedra faz.
Jogam uma, duas, três pedras e a profundidade impede qualquer barulho. Sou protegida contra ecos.
As pedras caem, machucam a superfície e tudo que eu grito ninguém ouve. Sou profunda demais e sem eco, ninguém me escuta.
Então me vejo assim: com terreno depressivo (geograficamente falando), com mais altos do que baixos, ainda bem. Mas um poço cheio  de feridas, e o fato de eu aprender a viver sem lembrar dessas feridas, não significa que elas estão curadas.
Desculpem-me os otimistas, mas o tempo não cura nada não.

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