14 de fevereiro de 2013

De malas prontas de novo e sempre



Pode parecer idiota demais: pego o primeiro ônibus e desembarco há 592 KM pra encontrar alguém que é dono do meu coração, mas que ainda não pode tomar posse. A distância aumenta a saudade, mas nunca nos fez esquecer a importância da decisão que firmamos há quatro anos: ficar juntos, aqui, no Japão ou no fim do mundo.

Amar é, e eu já escrevi sobre isso, desejar que o outro seja feliz acima de tudo. Mesmo que não seja tão perto de você. Mesmo que por algum momento, você tenha que respirar fundo e procurar a luz no fim do túnel. O amor requer tempo, maturidade. Um relacionamento só dará realmente certo quando cada um conhecer muito bem a si próprio, pra perceber o quanto gosta e conhece o outro também.

Aquela história de que ex-namorado é “carro velho com os mesmos problemas e mais rodado” só funciona quando não existe amor de verdade. Eu acho que é preciso dar um tempo, amadurecermos e deixarmos que os sonhos amadureçam também. Tudo é experiência que nos faz percebermos o que realmente importa na nossa vida.

Uma hora na vida, principalmente na fase decisiva dos 18 anos, cada um precisa seguir o seu próprio caminho e isso não quer dizer que não se amam, aliás, por se amarem tanto, compreendem que o outro precisa seguir sozinho por um tempo. Afinal, o Direito não era tudo o que eu pensava. O exército também não superou todas as expectativas. Ele namorou algumas meninas. Eu conheci alguém tão especial que me fez aprender a dar valor ao tempo e ao amor que nunca esqueci. Apanhamos um bocado da vida. Desencontramos-nos muitas vezes. Eu vivi tudo o que precisava viver pra entender quem eu sou, o que desejo, aonde quero chegar e quem vai comigo nessa caminhada. Ele trilhou os mesmos conhecimentos. Longe um do outro, conectados em pensamentos, aprendemos a nos conhecer e o quanto gostamos e precisarmos estar juntos.

Hoje olho nos seus olhos e tenho a certeza de que tenho alguém em quem confiar. Que nunca estarei sozinha. Que existe alguém no mundo que move montanhas pra vir me socorrer. Alguém com quem desejo viver muitos anos juntos e que hoje eu sei que deseja o mesmo também. Alguém que não me diz mais o tempo todo que me ama, mas que demonstra isso o tempo todo. 

Tudo o que temos vivido nos últimos dois meses, eu imaginei por dois anos todas as noites antes de dormir. Talvez ele não tenha percebido o quanto acho sexy ele dirigindo. O quanto acho divertido e especial fazermos um trajeto de 1 hora em 2 horas, só porque paramos para ver as estrelas e conversamos o caminho inteiro. O quanto gosto quando ele também não liga para protocolos e anda comigo de pijama pela praça como se estivéssemos em casa. O quanto é importante agora sermos independentes o suficiente para bancarmos nossas viagens e passeios, conversando sobre a vida e sobre trabalho - percebo o quanto estamos adultos.

Cada vez que desembarco tenho mais certeza de que eu voltaria para nosso refúgio quantas vezes forem necessárias. Eu ainda não sei se um dia vamos conseguir ficarmos, de fato, juntos de novo. Eu quero muito! Mas eu quero, acima de tudo, que sejamos felizes. Que não faltem estrelas para que possamos observar. Que não nos faltem alegria em estarmos juntos às cinco da manhã, numa praça na beira do rio, comendo lanche, conversando sobre a vida.

É só isso que eu quero: que um dia a gente possa viver tudo e muito mais, sem nos preocuparmos com o que vão ver ou não no Facebook. Porque a vida passa rápido demais e a minha eu quero que passe com a sua.



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