Desde que me conheço por gente quero entender tudo e todos.
Preciso ter explicações pra saber onde estou pisando, não sei me jogar no
escuro e foram poucas as vezes da vida em que eu abandonei a minha mania de
certezas e me permiti ser apenas feliz.
Porque amor e não amizade? Porque fulano e não ciclano?
Porque ser ou não ser correspondida? Porque Direito e não Jornalismo? Porque 9ª
CIA de GD e não EsPECEx? Porque Japão e não Brasil? Porque Brasil e não a minha
casa? Porque morrer quando já planejamos a vida toda? Porque viver a vida toda
quando o desejo é morrer? Porque câncer e não virose?
Pensei que depois dos dezoito, conhecendo a vida adulta eu
teria mais certeza do mundo. Que bobagem! Esqueceram de me avisar que os
adultos, embora não pareçam, são as pessoas mais confusas do mundo.
Talvez eu devesse perguntar menos e ser mais impulsiva. Às
vezes em que fiz isso na vida foi quando fui mais feliz. A verdade é que nunca
saberemos os porquês de tudo. Para conseguir entender a essência da vida é
preciso parar de olhar pra fora e olhar pra dentro, porque quando me conheci de
verdade – medos, alegrias, fraquezas e pontos fortes – eu pude desvendar muito
do que acontece ao meu redor. Não que eu ainda não questione tudo, mas agora
tenho a percepção de encontrar respostas por conta própria.
E a melhor resposta que eu tive da vida é que nada precisa
de uma super explicação, porque, definitivamente, essa é a graça da vida. Não
me jogar no escuro, mas viver um dia de cada vez e saber esperar as surpresas
reservadas pela vida. Esperar ansiosa, roendo unhas, tendo insônia, mas esperar.
A vida é simples, não sei por que nós complicamos tanto! As
respostas estão nos detalhes e eles fazem tudo valer à pena.
Já dizia Mario Quintana:
“Quem não compreende um olhar, tampouco
compreenderá uma longa explicação.”
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