Eu ainda tenho você porque ainda é a primeira pessoa que eu
penso em pedir uma ajuda ou um conselho nas horas difíceis e quando tenho que
compartilhar também as alegrias. Você me tem de várias formas, algumas até
ignora. Sou sua amiga e dizem por aí, um norte também. Algumas vezes nos
desentendemos, mas é extremamente chato viver um sem o outro.
Então eu estava pensando no que deixarmos as nossas vidas se
tornarem. Em quantos milhares de coisas deixamos de viver juntos, porque
decidimos viver separados – e em quantas mil coisas vivemos nessa fase.
Não me lembro mais como é o brilho dos seus olhos e nem
exatamente o quão bom é o seu cheiro. Na verdade há poucas coisas que eu me
lembre com total exatidão: o quanto é bom o seu abraço e o quanto ele é
importante para mim.
Foram meses de espera. Anos de felicidade predominante.
Aprendemos que juntos éramos pessoas muito melhores, mas mesmo assim insistimos
em nos separar. Que merda virou todo isso, né? Olha só a bagunça que nossas
vidas se tornaram.
Enquanto você estava há doze fusos de diferença, eu possuía muito
mais certezas do que agora, quando você está há apenas um. Todos os mares e
oceanos que nos separavam não nos distanciavam tanto quanto esses novecentos
kilometros que agora nos separam.
A distancia física nunca foi um empecilho. Mas a mental nos
mata aos poucos.
Eu não sei mais se existe um futuro. Não sei sequer se
existe qualquer coisa, um resto de sentimento e confiança. Deve existir alguma
migalha. Algum pedaço que se perdeu pelo caminho e conta as horas para que nós
o encontremos.
Talvez todos os obstáculos sejam mesmo para tentar nos
convencer de que devemos desistir. Talvez eles existam apenas para nos
fortalecer. Algum motivo tem que ter. Alguma hora é preciso tirar o coelho da
cartola e dar fim a tanto mistério e desorientação.
O mundo é bem cinza sem você aqui. E eu quero sol! Luz! Energia
positiva!
Quero dias lindos, de temperatura amena e propícios à uma
tarde caminhando até a sorveteria. E quero você como companhia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário